domingo, 25 de novembro de 2012

Ainda

Ainda penso no seu sorriso
não como antes
quando iluminava minhas noites
mas como um delírio
uma esperança
um futuro

Ainda penso no seu olhar
não como antes
quando via nele a leveza de um fim de tarde
mas como um desejo
uma razão
um sim

Ainda percebo a sua voz
não como antes
quando seu toque acalentava meu coração
mas como uma saudade
uma vontade
um sinal

Ainda penso
E percebo
Não desisti
Ainda acredito
Sem acreditar
Ainda confio
Sem confiar
Que tudo ficará bem
Quando nossos corações
Puderem se tocar

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Levaram-me

levaram
aquela parte de mim onde cabia meu mundo
e quando isso aconteceu
foi como se as estrelas perdessem o brilho
e o sol não mais aquecesse
o meu corpo que antes era sedento


levaram
meus desejos mais sinceros sobre o futuro
ignoraram meus apelos
e agora não percebo o céu
há nuvens escuras afogando o meu peito


levaram de mim
toda a confiança
traíram a beleza do que tinha de melhor
não respeitaram essas emoções que me faziam sorrir
burlaram as minhas portas e janelas
rasgaram as cortinas da minha alma
carregaram o sorriso do meu rosto


levaram
um pedaço de mim
tiraram
a minha paz
o futuro agora está longe
pois os dias se arrastam
e os laços estão se desfazendo


o amor
fraterno
virou pedra
e o sono
não chega mais


há essas dores
sem fim
agora
sem fim
quem sabe pra sempre


há o desrespeito
há a ingratidão
e há esses outros sentimentos
vazios de carinho


e lá
ao longe
há uma mínima luz
vagando
fugindo


levaram-me
de mim

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Quero uma vida, viva

estou pronta para viver
chegou a hora de encarar o mundo
tenho sede de vida
uma sede que não é saciada
nem ao menos quando sonho
dormindo ou acordada
eu quero viver cada vago momento
para tentar recompensar os que já tive
os que passaram
e os que simplesmente nem vi passar
quero viver com sorrisos
que me tragam as dores do dia
palavras daqueles que amam
a mim, à natureza e aos detalhes
preciso de vida na minha vida
para que me renasça de novo
dia após dia mais intensa
nesse tempo que passa
entre minutos que voam
entre horas que se perdem
preciso dessa vida que liberta
que me faz sorrir com a alegria
e chorar com a tristeza
e até o choro é vida
até a dor que evito
me faz viva
e viva quero ser
enquanto puder estar
nesse mundo
com choro, com lágrimas
com perdas
toda luta nos faz
um pouco mais quem nós somos
e toda vida nos faz
melhores do que fomos ontem
e toda gente que nos toca
e nos deixa algo
leva também uma parte
levam pedaços de nós
que nos fazem maiores
não tenho medo das derrotas
só tenho medo
de não viver

Sobre o silêncio do rosto

minhas mãos tocam teu rosto
teu rosto afaga as minhas mãos
teus olhos se fecham
e os meus pedem tuas mãos
e rogam aos céus
aos seres que nos ouvem
no silêncio da escuridão
que tua boca não se canse
que tua pele alcance a minha
e nas mãos postas
sobre tua face cansada
meus olhos se entregam
aos desejos de luz em sua noite
enquanto tua mente viaja
e meu colo te chama
apenas mais um toque
mais um pouco de mãos
de respiração intacta
mais um pouco de mim
a ti ofereço num longo minuto
para que sigas com o coração
para que cruzes teus temores
e retornes a mim
com a leveza do calor
que minhas mãos deram a ti
e que teu sorriso me impõe
minhas mãos gritam
enquanto tu apenas sente
tudo aquilo que minha voz
ainda não soube dizer

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

É pouco, ser tudo

Não basta ser bom
Nem sempre basta
Cuidar das palavras
Ouvir os desabafos
Incentivar os sonhos
Não basta ser forte
É preciso transcender
Não basta ter coragem
É preciso continuar em frente
Não basta olhar os olhos
Cobrir os fios dos cabelos despenteados
É preciso aceitar os fatos
Com tato
Com mãos leves
Tocar o que, de fato
Existe
Existe a distância
Existe o medo
Existe o perigo
Existem os corpos
Perdidos
Afogados
Mas existe também
Aquilo que nos move pra perto
Que nos faz ignorar o tempo
A distância
Os desafetos
E os desatinos
E o coração só atina
Para o lado que não deve ir
Pois existe um retrato
Do que tivemos
E as imagens do que fomos
Dentro
Adentrando cada noite
Madrugada adentro
Entre suspiros e delírios
Do que gostaríamos de ser
Um dia
Juntos
Mas não basta
Ser bom

Perdoa-me

Perdoa-me
Por não ter mais o rosto de alguns anos
Perdoa-me
Por ter feito meu coração refém do seu
Perdoa-me
Eu só queria aquela paz
Aquela sabe
Que me deixa segura
Que só existe num lugar
Entre seus braços
Quando minha cabeça
Recostada no seu peito
Me faz sentir teu coração
Que palpita
Sendo o som mais lindo
Que já pude ouvir
Como se nada mais houvesse
Como se nem ao menos houvesse esse tempo
Que nos afasta
Que nos leva pra longe
Um do outro
Perdoa-me
Tu não precisavas dessa vida
Que te dei
Não tinhas que sofrer
Nem eu, eu sei
Mas há dor
Há lágrimas
Há a Lola perdida
Há o poste sem luz
E há uma cama vazia
Dois corações partidos
Um bairro escuro no caminho
De volta
Há uma saudade estrondosa
Num espaço em branco
Do que não teremos
Do que quero ter
Daquilo que não existe
Há essa vontade
De voltar no tempo
E apenas sentir
Outra vez
Tua pele na minha

domingo, 11 de novembro de 2012

A janela



Não fui cuidadosa
A janela eu não fechei
Totalmente
Pensava estar segura
Dentro de um espaço vazio
Solitário
Rasguei as lembranças
Continuei trancada (não completamente)
Havia um espaço
E eu não percebi 
Pequeno espaço
Suficiente
Para o que veio
E me revoltou 
Calou minha autossuficiência
Enganou meus ouvidos
Assombrou minhas noites
Tão caladas
Tão cheias 
Quando sentia 
Aquele gosto 
Que exala quando sorri
Já nem sou mais como antes
Apenas sou, alguém
Com escolhas pela frente
Tão cheia de graves
De indecisões
Relações com o futuro
Que nem sei se chegará
Atormentam, cada minuto
A janela está quebrada
Emperrada
E nada disso para
Aumenta, apenas
E sigo
Sem ler 
Ignorando todos os avisos
Como se no fim
Do túnel 
Eu não soubesse 
O que há
Eu sei
Mas ainda fecho os olhos
Ainda não posso
Aceitar
O fim.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

Tanta gente

Tem gente que não sabe
Seguir em frente
Tem gente que se prende
Se amarra num tempo
Que se foi
Tem gente que espera
Que esse tempo recomece
Se renove
Mas o que foi
Não volta mais
Tem gente que não sabe
Desfazer os laços
Desamarrar
Tem gente que fica na gaiola
Com a janela aberta
Com medo de voar
Tem gente que não vive
A vida lá fora
Só olha pra dentro
Tem gente que não age
Apenas reage
Sempre igual
Tem gente que se perde
Do futuro
Encara o passado, no presente
Tem gente que tem medo
De ser novo pra alguém
De ser novo no espelho
Tem gente que pensa
Que o mundo conspira
Contra a sua sanidade
Tem gente
Sempre
Que vai te dizer
Como deve ser
Mas tem gente
Que pensa em ti
Tem gente
Que só quer
Te ver sorrir

O que é? O que faço?

E o que é isso agora?
Há em mim pedaços do que eu nem cheguei a ser
Que me levam pra longe dessa sala
Que me levam pra perto da cama onde repousas
Num sono pesado, calado pelas vozes do que dissemos ontem
E eu sinto falta do que não tive
Sinto falta das suas palavras doces
E daquele seu sorriso que me acalma a pele

E o que é isso agora?
Percebo os caminhos em trilhos que não se cruzam
É uma possibilidade que me tortura
Não mais saber sobre tuas alegrias
Coisas sobre as quais eu nem sei mais como não ter
E fico assim muda em meu percurso
Tentando entender uma saudade
De coisas que talvez nunca viveremos

E o que eu faço agora?
Corro. Eu tento correr pra longe dessa insanidade
A minha janela eu tento fechar por completo
Mas talvez já seja tarde, não sei
Não sei como voar sem o teu impulso
Minhas asas tem memória
E elas querem me levar o tempo todo
Pra onde você está

E o que eu faço agora?
Eu me calo. Abafo essas dores cheias de vazios
Os vazios que tu não soube preencher
Quando me olhavas sem coragem
Pra seguir e me fazer tocar o teu espírito
Pra que nossas mentes olhassem o mesmo horizonte
E recebo em pensamentos as suas mãos
Mas parece que foi apenas um sonho

Penso em te pedir que venhas
Mas não ouso
Promessas não cabem em mim
Apenas vivo
Quero somente o hoje feito brasa
Feito a calma no seu colo
Nada mais


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Um no outro


Dias cheios que nos levam pra longe
Eu longe de ti
Você longe de mim
E a vontade perto de nós dois

Trocaria a vontade por você
Trocaria as horas pelos seus carinhos
Trocaria esse tempo vazio
Pelos beijos que molham meu céu

Vou tentar não pensar na distância
Seguir os compromissos
Esperar não mais que uns dias
Pois a tua falta eu não suporto

Pelos caminhos da vida nos perdemos
Eu de ti e tu de mim
Em momentos largos
Parados ficamos enquanto andamos
Pensando nos minutos no mesmo lugar

Eu aqui
Você aí
Nós dois em algum canto
Reclamando dos ponteiros
Que tatuam nossa saudade
Um no outro

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Deixando-se

E enquanto me deixas ser
esse corpo cansado
mostra-me
entrelaçando minha pele
que há sol nas suas mãos

E enquanto me deixas pensar
num futuro irremediável
ensina-me
a sorrir nesse presente
que despenteia nossos destinos

E quando não percebo a saída
acalma-me
entre sorrisos tímidos
alivia-me
a mente exausta de sonhar

E quando realiza meus desejos
recita-me
como versos rabiscados
resolve-me
como uma ciência inexata

E enquanto me deixas
não deixas nada acontecer
pede-me, apenas
para que nos deixemos ser

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O som do sonho

Ela brinca de ser grande
Não percebe que gigantes
São seus pensamentos
Sonhos que irradiam seu talento

Menina de cabelos escuros
Que esconde os desatinos
Numa fuga feroz e interna
Se perde nas horas do peito

É ela que canta pelos cantos
Enquanto realiza o impossível
Encanta os corações alheios

Sorriso perdido entre goles
De um futuro tão nítido
Que vive de infinitos
Viaja pelas mesas do bar

Ela pensa que perde
O sonho que não acontece
Mal sabe ela que vive
Nas canções da sua voz

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Teu gosto

Tens gosto de sol que nocauteia meu olhar
Incendeia minhas entranhas intrépidas
Aquece, arrepia minha pele com fagulhas
Irradia em mim, de mim, cada vez mais de você

Tens gosto de felicidade que ri cabisbaixa
Gargalha dos desesperos passados, atalhos
Sorri, sorrindo pelos recados não dados
Tão altos eles são, quando tocas a minha mão

Tens gosto de luz que afoga meu corpo
Nos seus olhos negros, pardos, espelhos de mim
Retratos do fogo que nos retém desnudos
Ilumina nosso passado, presente, invoca o futuro

Tens gosto de saudade que revela deslizes
Viaja no tempo, era março, era escuro, éramos nós
Revira os baús, relata os relatos, tão amargos
E refresca as memórias, tão nítidas, tão vivas, ferozes

Teu gosto mergulha em mim
Tempestade de você calando o tempo
Que gosto é esse meu bem?
Seria doce, como nossas noites?
Que gosto é esse meu bem?
É gosto de amor... apenas amor.

Quebra-cabeça

Uma parte
De mim
Em você
Um quebra-cabeça
Pela metade
Outra metade
Tu levas

E
Ando por aí
Com um buraco
No peito
Aberto
Que sangra
Sem a tampa
Que tu tens

Cabeça
Quebrada
Despedaçada
De tanto pensar
No tempo perdido
Nos idos
No que pode vir
E não vem

Fragmento
Grande
Pesado
Carregas aí
No peito teu
De mim
Dessa ferida
Remédio
Tu és

Quebra-cabeça
O corpo
A mente
Coração desfalecido
Partido
Chora
Argumenta
E lamenta
A ausência

Parte de mim
Partes de nós
Tu partes
Eu parto
Partida estou
Ao meio
Aí estou
Na sua rua
Em ti
Vagando

Aqui fiquei
Um pedaço
Sem laço
Amassado
Apertado
Amarrada
No verso
Da falta
Que tu faz

Eu sou
Tu és
Quebra-cabeça
Um só
Dilacerado
Em peças
Que se encaixam
Num beijo

sábado, 22 de setembro de 2012

O sonho


Sonhei
E nesse sonho
Sonhei que estavas aqui

Sonhei
Que sonhava com sua boca
Na minha testa
Sonhei que me beijava
E que sorria

Sonhei
Enquanto sonhava
Com seu sorriso
Velando meu sono
E sua roupa preta
Era vulto na noite

Sonhei
Mas era dia
Havia luz por uma fresta
Da janela fechada
Do quarto pequeno

Sonhei
Enquanto sonhava
Que tu cabias aqui
Sem os olhares
Alheios
De pesadelos

Sonhei
Enquanto dormia
Com um sonho
Da vida real
Que não tenho

Sonhei
Que teus olhos vigiavam
Meus sonhos
Acariciavam
Minha respiração
Profunda
Enquanto eu estava
De olhos fechados
Para sua presença
Em meu sonho

Sonhei
E teus lábios estavam gelados
Do inverno
Que foi embora
Tu foste também
Embora
A passos ligeiros
Dos meus sonhos
Do sonho dessa manhã
Fria
De primavera

E o sonho
E tua boca na minha pele
Ficaram
Ainda sinto
O sonho

O trem


O trem ecoa
Ecoa pelo bairro
Ecoa pelo ar
Ecoa o peito
São gritos calados
Bem altos
Avisando a estação
Chega o sol lá fora
E na televisão só tem chuva
Mas o trem passa
Passa nos trilhos
Passa pela cidade
Mas não passa a saudade
De dia
De noite
Em casa
Na poeira que voa
Pelos sonhos
Pelos carros
Pelo trem
Que leva o sono
Que grita
Que maquina
Informa
Que a vida bate na porta
Que a Primavera reluz
Mas o sono persiste
Na cama vazia
E o trem reclama
Avisa dos desavisados
Suspira às desesperanças
Canta aos sonhadores
E o trem vai
Vai para o Sul
Ao Norte
Ao vento
Ao tempo que corta
Sentencia os batimentos
Assusta os tormentos
O trem
Ele vem
E vai
E o coração
Sempre fica
Acelerado
Silencioso
E só

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mãos

Sinto falta das suas mãos
Há um pedaço de sol nelas
E minha pele canta

Sinto falta das suas mãos
Tão fáceis de alcançar
Os pedaços das horas que temos

Sinto falta das suas mãos
Que temem a escuridão
De nossos seres sedentos

Sinto falta
das mãos
das mensagens
que delas vêm
aos poucos
intensas são
as suas mãos

Sinto falta das suas mãos
Seguras entre os desatinos
Que revelam futuros

Sinto falta das suas mãos
Envoltas em fogo
Dando brilho aos faróis

Sinto falta das suas mãos
Dos seus dedos inflados
Passeando em meus cabelos

falta eu tenho
das noites
das águas
que nos afogam
aos poucos
em tuas mãos
sobre mim

domingo, 16 de setembro de 2012

A morte, por isso


A gente ainda vai morrer disso
Seremos execrados pelos cantos da cidade
Sofreremos durante a distância
Uma dor por noite de sacrifício
A morte chegará a conta-gotas
Enquanto os nãos nos cercarem
E choraremos em celas separadas
E ainda que nossos corpos se toquem
Nossas almas ficarão detidas
Em partes opostas do tempo
Morreremos enquanto as horas passam
E a vida for menor do que ontem
Continuamos vítimas de escolhas incertas
E da ausência de compreensão mundana
Eternamente conversaremos por olhares?
Estamos morrendo
Sufocados
Por uma saudade monstruosa
Que nos come cada resto de dia
Que nos devora os sentidos
Enquanto fingimos prazeres
E um quadro se desenha
É pendurado na parede das mentiras
Para a visão dos infortúnios
E a morte se aproxima
Toma-nos os centímetros de pele
De corpo que só vive no outro
De rosto que só sorri em noites insanas
A gente ainda vai morrer disso
Isso, sem nome dizível
E a dúvida paira
Sobre nossos sonhos empoeirados
Ainda haverá vida em nossa morte?

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Sobre uma distância que não há

Não ouse pedir
Que negue a verdade
Não ouse pensar
Que vou perdoar (hoje)
Já se foram muitos anos
E não há mais espaço
Pra que outros me atormentem
"Eu te amo pra sempre é pouco"
E eu sinto a verdade em seus olhos
Mas atitudes valem mais (às vezes)
Do que palavras ditas no silêncio
E há a justiça
Divina ou não
Que me leva daqui
Pra longe do sul
Pra longe das noites
Das ruas escuras
Onde fantasmas aparecem
Onde lágrimas escorrem
Onde orgasmos ecoam
Levou contigo um pedaço 
Tão lindo que dói
Tão seu e tão dentro
Que não há tempo que apague
Não há espaço que sufoque
Não há morte que mate
Mas não
Não, não vou esperar
Não ouse julgar
Só se perde o que se tem (tu tens)
E eu
Eu sou do mundo, agora

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sete



Sete dias
Faz hoje
Uma semana
Sete beijos
Ou mais
Menos
Sete sonhos
Mais
Muito mais
Sete vidas
Revividas
Na mentira
Verdade
Sete horas
Dez
Sete toques
Música
Dança
Sete passos
Água
Sete 
Abismos
Sete gritos
Sete gemidos
Sete
Sem tapete
Sete vontades
Sete bebidas
Álcool
Rimas
Risos
Vermelho
Quente
Mãos
Chão
Sete anos
Vinte e sete dias
Enfim
No fim
Sete começos
Agora
Ontem
Amanhã
Sempre
Ausente
Presente
Sete paixões
Um
Amor