terça-feira, 6 de novembro de 2012

O que é? O que faço?

E o que é isso agora?
Há em mim pedaços do que eu nem cheguei a ser
Que me levam pra longe dessa sala
Que me levam pra perto da cama onde repousas
Num sono pesado, calado pelas vozes do que dissemos ontem
E eu sinto falta do que não tive
Sinto falta das suas palavras doces
E daquele seu sorriso que me acalma a pele

E o que é isso agora?
Percebo os caminhos em trilhos que não se cruzam
É uma possibilidade que me tortura
Não mais saber sobre tuas alegrias
Coisas sobre as quais eu nem sei mais como não ter
E fico assim muda em meu percurso
Tentando entender uma saudade
De coisas que talvez nunca viveremos

E o que eu faço agora?
Corro. Eu tento correr pra longe dessa insanidade
A minha janela eu tento fechar por completo
Mas talvez já seja tarde, não sei
Não sei como voar sem o teu impulso
Minhas asas tem memória
E elas querem me levar o tempo todo
Pra onde você está

E o que eu faço agora?
Eu me calo. Abafo essas dores cheias de vazios
Os vazios que tu não soube preencher
Quando me olhavas sem coragem
Pra seguir e me fazer tocar o teu espírito
Pra que nossas mentes olhassem o mesmo horizonte
E recebo em pensamentos as suas mãos
Mas parece que foi apenas um sonho

Penso em te pedir que venhas
Mas não ouso
Promessas não cabem em mim
Apenas vivo
Quero somente o hoje feito brasa
Feito a calma no seu colo
Nada mais


Um comentário:

Indy disse...

Que triste... Agoniante! As vezes é preciso ousar... Como eu sempre digo, ficar parada é que não dá... É preciso ir, não importa pra onde.