quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Amizade

Disseram a ela: "Tudo só depende de vc". 
Ela respondeu: "Tô ferrada".
Responderam: "Claro que não, mas isso infelizmente só pode partir de você, senão eu já tinha feito".




OBS.: Josy... vc é incrível... nem tenho palavras...
Saudades enormes!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Foi-se o tempo

Foi-se o tempo
Era pra ter sido naquele dia
Quando o céu estava azul
Era escuro, mas estava bem claro


Era pra ter sido naquele dia
Quando as mãos contaram segredos
Esboçaram um sonho sem rumo
Era fácil, mas foi impossível 


Era pra ter sido naquele dia
Quando na horizontal ouvi o sussurro
E os olhos lacrimejavam leveza
Era simples, mas ficou tão difícil


Era pra ter sido naquele dia
Quando a mensagem trocou o desejo
E rasgou o ritmo da luz
Era o momento, mas ficou pra outra vida

Era pra ter sido naquele dia
Quando houve um sinal
Que não foi lido
Talvez meio rígido
Tirou a coragem
Do corpo, da alma
Era pra ter sido naquele dia
Mas agora
Foi-se o tempo

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Distorção

Eu?
Eu sou aquela que brinca de desenhar palavras para encontrar os paradoxos imperfeitos.

Perfeitos nos defeitos
     Feitos de qualquer jeito
          Do jeito do que é desfeito

Que desfaz os trejeitos
Que relaxa os conceitos
Que exala os sujeitos
Que afrouxa os eixos
Que desliga os efeitos

Virados em receios

Feito faca sem queijo
Feito gosto sem beijo
Feito conhecimento em leigo
Feito corpo desfeito
Feito lua sem desejo

Sou isso tudo
    Ou tudo ao contrário
       Ou o contrário de tudo
         Sou o paradoxo imperfeito
             Ou perfeito, nos defeitos

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Recados noturnos

As palavras saltitavam por entre as memórias
Vinham em correntes, fechavam os olhos
Mostravam os caminhos da alma na escuridão
Sufocavam os pensamentos, afogavam os movimentos

Sobre um leito macio o corpo sofria
Eram moléculas de sangue apoiadas em exclamações
Forcas espalhadas nas horas submersas da lua
Silêncio entre vozes da mente ambulante

Leituras confusas feito as cores cinzas
Riscadas em páginas cobertas de ares sem som
Buscavam a forma completa do espírito
A calma dos montes repletos de astros

Palavras jorravam ávidas por guerra
Afoitas e cegas, carentes e ricas
Rabiscavam vidraças abertas
Choravam a morte vivida da lucidez

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Temos que tirar o melhor do pior.
Há recomeço após o fim...
Amém!

Rosnados

Latidos estridentes
Fizeram meu sono refém
E a fatídica memória
Vazia de carneiros
Repleta de ensejos
Culminou em madrugadas vivas
E os passos descompassados
Da imaginação no fim da rua
Deixaram clara uma noite
Libertaram as palavras
Da mente que vivia
Entre letras e vírgulas
Como curvas retilíneas
Como cães insones
Como a lua em fim de dia
Era alta a hora nova
E o recado era pobre
Veio feito fevereiro
Curto e quente, rebelde
Não há passado que se mude
Nem há presente que se espere
Nem futuro que se crie.

Pedaço

Entre mortos e feridos
Meu coração capenga ainda canta
A voz é fina e vem em sussurros
Mas ainda brilha
Feito a luz no fim do túnel.

Peça musical de corpos amantes

...

E a solidão virou companhia
Nos invernos cruéis
Dos mundos escuros por onde passaram
E o frio acontecia o ano todo
Quando o coração virou refém
E vítima do próprio corpo
E do outro corpo
Chegou o momento de abrir as cortinas
Cantar os contos da alma
Pedir mais um momento
Pra acalmar as mãos já cansadas
De pedir que a pele alcance a outra
Antes que o navio parta
E fica a dúvida infiel
Que os desejos se contentem com o passado
Que as nuvens passem
Que o porto esteja perto
Que a felicidade visite ambos
E que a paz apague o desejo
O fogo daqueles suspiros
Daqueles delírios embebidos em cevada
Daquelas loucuras entre quatro paredes
E que rezem pra esquecer
Do corpo
Do beijo
Do cheiro
Da voz
Da canção
Da boca
Da língua louca
Da língua quente
Das mãos quentes
Das mãos ardentes
Ao lado, sabe-se lá de quem...

NA: Este é apenas um fragmento desta poesia, que conta uma história de paixão e sexo, de saudade e promessas, de encontro e despedida...

Vento noturno


A porta bate
É o vento atormentado que chega
Não sabe pra onde ir
Então se deita no chão da minha casa

Percorre devagar todos os cômodos
Antes que eu tente me entregar aos sonhos
Rejeita meus pedidos de silêncio
E acende meu desejo de palavras

O vento. Ah! O vento
Ele traz a verdade empalhada
Como animal pra pendurar na parede
E se a gente olha, logo percebe a crueldade

O vento canta com as janelas
Que escuras e cobertas
Gritam pela luz do amanhã
Feito minha alma despojada, desolada

Não me venhas óh vento
Murmurar em meus ouvidos os martírios
Amarguras da confiança retalhada
Peço-te apenas, leve consigo a desilusão

Não pies feito lobo que és
Gostavas mais quando miavas boas mentiras
Era fácil ser sentida na insesatez
E eu gostava mesmo era do som daquela música

Não toques mais os rascunhos do passado
Aqueles momentos foram guardados onde tu
Vento solitário, não pode jamais chegar
Nesse meu coração decepado, há um lugar marmorizado

Porta que bate sem parar
Tira-me o sono porque venta
Mas o ar enfurecido que aqui chega
Agora só me vence pelo inesquecível.