quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Onde está...


Onde está nosso amor?
Os anos passaram
Mas o beijo ainda é o mesmo
Mesmo assim, onde está nosso amor?
Para que leste ele foi?
Ousou burlar o tempo e se apagou?
Onde está nosso amor?
Aquele que nos deixava sem fôlego
Que enfrentou terremotos
Que saiu ileso de tempestades
Aquele que você me prometeu eternamente?
Onde está nosso amor?
Escondido em algum desejo?
Arrependido pelos tropeços?
Ou apenas adormecido em tua vingança?
Nosso amor sempre foi fiel, tu lembras?
Dava voltas pelo mundo
Ia ao nordeste, mas nunca saía nós
Foi ver o mar e ainda assim estava no mesmo lugar
Virava a noite pra acordar em nosso olhar
Onde está nosso amor?
Viajou para o frio?
Enterrou-se na solidão?
Está perdido em algum coração?
Foram tantas palavras de paz
Outras tantas de insanidade
Foram tantas luas refletidas no vidro
Tantos dedos espalhados na pele
Foram tantas respirações ofegantes
Tantos gemidos de saudade
Onde está nosso amor?
Onde estão as juras de outras vidas?
Os suspiros das letras?
As gargalhadas das tardes?
Onde está tudo que nos fez apenas um?
Que mudou os destinos?
Que nos embebeda de sonhos?
Que imagina futuros?
Talvez não seja nosso amor
Talvez quem tenha se perdido fomos nós
Um do outro em algum tempo
Ou que talvez apenas um
Talvez outro que não se conheça
Talvez seja o medo da verdade
Talvez seja a verdade disfarçada
Talvez seja a mentira vencendo a fraqueza
Talvez seja só um nada que nunca foi tudo
Ou o tudo deu espaço para o nada
Um nada que passeia, entre nós
Onde está nosso amor?
Ainda há coração em nós?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A caminho do sol

Outro dia me deparei com o passado
Mas demorei a reconhecê-lo
Ele veio em forma de gritos
Com um corpo em sintonia diferente

No primeiro olhar me perdi na análise
Não soube definir o que era ontem
Depois de alguns minutos vi o som
De uma voz que não existia mais

Por alguns momentos eu me confundi
Fui controlada pelas antigas formas
Briguei com minha razão para entender
Que ninguém é o mesmo alguém para sempre

Compreendi que palavras cantadas
Soam diferentes em tempos incertos
São como um aviso ao futuro
De que o passado também é presente

Reagi com tristeza
Oscilei entre uma janela e outra
Decidi pela verdade
Só esqueci que ela muda a cada dia

Se então vou a caminho do sol
Renovo meus desejos viscerais
Fica com a lua aquele sorriso
Que um dia foi farol em meu destino

domingo, 16 de outubro de 2011

Tanta saudade


Tem saudade que sacode o tempo
Proclama minutos em horas
Buscamos o momento perdido
Em falhas que nunca nasceram
Revivemos a força do sol
Em noites nubladas

Tem saudade que inibe o pesadelo
Adormece na alma
Pousa em forma de pegada
Nas alças de um sonho de olhos abertos
Nos aflige a aura gelada
E nos deixa no chão da emboscada

Tem saudade que corta os pulsos
Tantos pulsos que pulsam sozinhos
Em pulsações desenfreadas
Pela falta de pulso na vida

Tem saudade que corta o peito
Reabre a ferida apertada
Que sangra em fios solitários
Em gotas afiadas de nada

Imperfeito coração


Tenho um coração imperfeito
Ele age sob impulso
Chora por antecipação
Ignora os avisos

Tenho um coração imperfeito
Ele viaja sob escombros
Refaz detalhes não vividos
Abriga casos indefinidos

Mas, meu coração imperfeito também sorri
Há olhos que o encantam
Há sorrisos que o iluminam
Há beijos que o acionam

Meu coração imperfeito também lateja
Quando o céu empalidece
Quando as palavras são rasteiras
Quando as vozes são pesadas

Coração imperfeito me foi dado
Pra visualizar a beleza do escuro
Pra contar lágrimas em rios
Pra violar o universo

Pobre coração meu
Que não se cansa do perdão
Que não se ajusta à ingratidão
Nem obedece minha razão
Tão imperfeito que me atira
Ao tempo
Ao centro
Da loucura
Da vida

Coração meu, imperfeito
Ama tanto
Sem saber amar

sábado, 15 de outubro de 2011

Ventos


Meu amor veio num furacão
Arrancou meus cabelos
Lavou minha alma
Desajustou meus desejos
Acenou ao futuro
Abalou o meu eixo
Desregulou o meu tempo
Despiu meu sentimento
Levou-me

Ficaram
A bagunça nos pêlos
Os caminhos descaminhados
As vontades insatisfeitas
As horas sem relógios
As leis desalinhadas

O dia virou noite
E as estrelas cortaram nosso céu
Numa brusca tempestade
De realizações incompletas

Furacão renegou o destino
Realizou o impossível

Contos de Fadas


As pessoas mentem. Essa é a máxima de House, aquele médico do seriado de mesmo nome, americano, e que tem milhões de espectadores pelo mundo. As pessoas mentem. Mentem tanto, e sempre, que por vezes acreditam nas próprias mentiras.  
Sempre adorei House. Atualmente eu o odeio, porque ele parece só mais um babaca que pensa que pode sair por aí contando suas mentiras e manipulando as pessoas. E confesso, quando ele faz isso com as pessoas que se preocupam com ele, me incomoda. Mas, por outro lado, gosto demais de algumas de suas “qualidades”, como a sinceridade... Não sou hipócrita a ponto de dizer que eu não minto. Eu minto, mas só minto para quem não faz diferença na minha vida. Posso afirmar, sem medo, que a sinceridade é uma das minhas qualidades. Eu sou sincera porque sou absolutamente intensa. Eu já falei num texto anterior, mas acredito que é importante dizer novamente: quando eu choro, deságuo; quando eu rio, gargalho; quando sonho, detalho; quando eu amo, me entrego de corpo, alma, coração... eu sinto tanto que me perco no amor... E tem algo mais lindo do que se perder amando? É pura poesia. É ouvir pássaros até quando está caindo um temporal, é sorrir mesmo com a cena mais trágica da novela passando na TV, é viajar mesmo sem dar um único passo. Eu sou assim. Intensa.
E é aí que tudo desanda. Essa minha intensidade, tão poética... só me ferra. Sério. Acredito demais nas pessoas, especialmente nos homens. Detesto essa coisa de ser sonhadora. E justo eu, que desde sempre dizia que não acreditava em contos de fadas. Detestava a Cinderela e seu príncipe chato, e todas aquelas outras histórias de final feliz. Mas eu cresci. Cresci e comecei a acreditar nessas baboseiras. Como pode?
Então, fico me perguntando, se eu errei em acreditar, ou se quem errou, foi quem me contou a mentira do amor eterno, do felizes para sempre, do jamais te esquecerei, do te amarei para sempre... Aí está, são tantos clichês. Como acreditei nisso? Como nós, mulheres, conseguimos a façanha de cair nesses papos furados?
Estou parecendo indignada. Realmente, estou indignada. E o mais engraçado, que comecei indignada por mim, mas agora estou indignada pela minha classe. Nós, mulheres, temos que aprender a colocar esse bando de homem que conta lindas histórias pra correr das nossas vidas. Eles são problemas. Homens de verdade - e Deus, ainda acredito que existam, por favor não me decepcione – não contam histórias bonitas, eles apenas falam a verdade. Não mentem dizendo que gostariam, mas a vida não deixa, ou que morreriam por nós quando na verdade apenas querem uma noite no motel.
E, se eu fosse colocar aqui tudo que já ouvi, vi, vivi, ou observei nos relacionamentos por aí, teria que escrever um livro, e não apenas um post.
E você, que ainda está aí, lendo todo esse desabafo, deve estar se perguntando se ainda acredito no amor...
Minha resposta é: por hoje, não. Afinal, nunca se sabe o como vai ser o amanhã.
Mas, para mim, o amor é mais do que mentiras. É mais do que interesse. É mais do que aparências. É mais do que promessas jamais cumpridas.
E isso, sinceramente, eu nunca vi. Então, é impossível de acreditar.
O que existe são apenas pessoas que enganam, e pessoas que são enganadas.
Nossa! Acho que, finalmente, eu aprendi a lição!
Mas então, você engana ou é enganada (o)?

OS: House, quem diria que você, um desgraçado idiota, é quem mais tem razão nessa história toda?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Vagando

Sonhei com tantos pedaços de vida
Nem vi o tempo aos ventos
Rabisquei tantos detalhes
Ouvi tantas canções sobre nós
Bebi o teu hálito macio
Previ nosso futuro em teus olhos
Em qualquer planeta estamos
Com corações inviolados...

Deixa estar essa vida
Há tantas outras em que nos encontramos

Sem lição, só opinião


Que mania é essa que as pessoas têm de julgar sem conhecer? De acreditar na opinião alheia sem conhecer? Ou de simplesmente despejar no mundo sua ira? Fico pensando nisso, e não consigo entender. As pessoas são diferentes. Obviamente uns vão entender e conhecer melhor alguns do que outros. Ninguém é obrigado a gostar de alguém. Vivemos num mundo inundado pelo livre arbítrio. Mas, às vezes, as pessoas confundem isso com outras coisas, coisas desagradáveis e absolutamente dispensáveis. Um exemplo disso, é a falta de educação, a falta de respeito com o próximo. Repito: você não é obrigado a gostar de ninguém, mas o respeito é prerrogativa para que tenhamos um espaço - seja em casa, no trabalho, na rua, na balada, em qualquer canto - onde possamos ser nós mesmos, onde possamos falar e ouvir, compartilhar ideias e opiniões sem sermos odiados por isso.
Não to muito a fim de ficar escrevendo sobre isso, mas não consegui simplesmente deixar pra lá. Só que estou um pouco irritada com a quantidade de gente mal humorada no mundo. É muita gente reclamando de outras gentes, de outros mundos que não são os seus. Frustrações, muita gente tem. Mas pega mal pra caramba sair por aí descarregando em quem não está interessado.
Vamos repensar nossas atitudes... Afinal, sua liberdade termina onde começa a minha!