quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Bebi

Hoje eu bebi
Não foram goles perdidos
Foram apenas entregues ao corpo
Num breve anestésico fim

Hoje eu bebi
As gotas tocavam meu estômago
Temi não segurar os gritos
Mas eu bebi para gritar

Hoje eu bebi
Amanhã não sei
Amanhã quero acordar
E ver o mundo diferente

Hoje eu bebi
Espero ver o sol com a alma
Mas ainda é noite
Se tudo for igual, beberei novamente.

Hoje eu bebi
Nestes versos escrotos derramo
A fome de mundo, do vento
Aqui tenho tudo num instante

Hoje eu bebi
Foi um momento de vida
Da vida na pele rebentando milagres
De algo que nunca vivi

Hoje eu bebi
Gritei em voz baixa
Depois me entreguei ao delírio
Enfim, chorei.