domingo, 11 de novembro de 2012

A janela



Não fui cuidadosa
A janela eu não fechei
Totalmente
Pensava estar segura
Dentro de um espaço vazio
Solitário
Rasguei as lembranças
Continuei trancada (não completamente)
Havia um espaço
E eu não percebi 
Pequeno espaço
Suficiente
Para o que veio
E me revoltou 
Calou minha autossuficiência
Enganou meus ouvidos
Assombrou minhas noites
Tão caladas
Tão cheias 
Quando sentia 
Aquele gosto 
Que exala quando sorri
Já nem sou mais como antes
Apenas sou, alguém
Com escolhas pela frente
Tão cheia de graves
De indecisões
Relações com o futuro
Que nem sei se chegará
Atormentam, cada minuto
A janela está quebrada
Emperrada
E nada disso para
Aumenta, apenas
E sigo
Sem ler 
Ignorando todos os avisos
Como se no fim
Do túnel 
Eu não soubesse 
O que há
Eu sei
Mas ainda fecho os olhos
Ainda não posso
Aceitar
O fim.


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