domingo, 16 de setembro de 2012

A morte, por isso


A gente ainda vai morrer disso
Seremos execrados pelos cantos da cidade
Sofreremos durante a distância
Uma dor por noite de sacrifício
A morte chegará a conta-gotas
Enquanto os nãos nos cercarem
E choraremos em celas separadas
E ainda que nossos corpos se toquem
Nossas almas ficarão detidas
Em partes opostas do tempo
Morreremos enquanto as horas passam
E a vida for menor do que ontem
Continuamos vítimas de escolhas incertas
E da ausência de compreensão mundana
Eternamente conversaremos por olhares?
Estamos morrendo
Sufocados
Por uma saudade monstruosa
Que nos come cada resto de dia
Que nos devora os sentidos
Enquanto fingimos prazeres
E um quadro se desenha
É pendurado na parede das mentiras
Para a visão dos infortúnios
E a morte se aproxima
Toma-nos os centímetros de pele
De corpo que só vive no outro
De rosto que só sorri em noites insanas
A gente ainda vai morrer disso
Isso, sem nome dizível
E a dúvida paira
Sobre nossos sonhos empoeirados
Ainda haverá vida em nossa morte?

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