terça-feira, 30 de março de 2010

Infimidades

Há coisas tão ínfimas que nem deveriam receber nossa atenção. Mas na sua ‘infimidade’ demonstram teorias tão insensatas que não é possível deixar passar sem simplesmente sentir nada. Atitudes pequenas demonstram não apenas que há pessoas pequenas, mas que há pessoas querendo demonstrar grandeza com coisas erradas.
Há algum tempo ouço comentários de pessoas próximas sobre como distribuir nossa energia. Sobre como focar no que realmente importa. E o que percebo hoje é que, justamente essas pessoas são perfeitas em teoria, mas completamente equivocadas na prática. Claro, eu sou leiga no assunto e bastante imperfeita. Mas isso não faz de mim uma pessoa burra. Então, mesmo que não queira, sou capaz de perceber, e infelizmente, com muita perplexidade, o quanto atitudes inferiores podem ter conseqüências grandes e até mesmo tristes.
A verdade, é que qualquer atitude, por menor que seja, sempre terá uma conseqüência. Mas poucas delas são percebidas, raríssimas são as vezes que essas atitudes são corrigidas em prol do bem comum. O problema é que seres humanos são orgulhosos, muitos a ponto de ficarem cegos diante do que está bem a frente de seus olhos. Muitos, do alto de seu poder supremo, esquecem que as pessoas são humanas e que, muitas vezes, o diálogo é capaz de resolver pendengas e é, muito mais eficaz do que a falsa ideia que têm sobre o que postos elevados realmente podem.
Pior é pra quem se engana e, consequentemente, acha que engana aqueles a quem deve dar exemplo de integridade.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Clarice, sempre Clarice

“Eu disse a uma amiga:
— A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse:
— Mas lembre-se de que você também superexige da vida.

Sim.





“Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”

quarta-feira, 3 de março de 2010

Delírio

na tua boca repousam as mais intensas, densas, longas...
...palavras

em teu corpo descansam as mais vivas, enormes, infinitas...
...nuances

em tua alma se aconchegam os mais fortes, ferozes, fiéis...
...sentimentos

Um dia

breves palavras que calaram minha alma
e no corpo uma imensidão de fuga
tensões indesejadas em tufões
ar poluído, ofegâncias
força inexata nas cordas vocais
águas insensatas na face
suspiros indevidos, hora incerta
e assim foi
mais um dia