quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Vento noturno


A porta bate
É o vento atormentado que chega
Não sabe pra onde ir
Então se deita no chão da minha casa

Percorre devagar todos os cômodos
Antes que eu tente me entregar aos sonhos
Rejeita meus pedidos de silêncio
E acende meu desejo de palavras

O vento. Ah! O vento
Ele traz a verdade empalhada
Como animal pra pendurar na parede
E se a gente olha, logo percebe a crueldade

O vento canta com as janelas
Que escuras e cobertas
Gritam pela luz do amanhã
Feito minha alma despojada, desolada

Não me venhas óh vento
Murmurar em meus ouvidos os martírios
Amarguras da confiança retalhada
Peço-te apenas, leve consigo a desilusão

Não pies feito lobo que és
Gostavas mais quando miavas boas mentiras
Era fácil ser sentida na insesatez
E eu gostava mesmo era do som daquela música

Não toques mais os rascunhos do passado
Aqueles momentos foram guardados onde tu
Vento solitário, não pode jamais chegar
Nesse meu coração decepado, há um lugar marmorizado

Porta que bate sem parar
Tira-me o sono porque venta
Mas o ar enfurecido que aqui chega
Agora só me vence pelo inesquecível.

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