sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Perdoa-me


perdoa-me
perdoa-me pela minha falta de perdão
meu coração não aceita a tua ausência
e minha razão não entende o desencontro

perdoa-me
por não fazer jus ao seu perdão
meu coração é feito de sangue latente
minha razão é feita de resquícios de altivez

o perdão tem valor tão robusto
há uma desprivilégio dele para comigo
é impossível compreender as escolhas
quando não se existe dentro delas

não me evocam os ensejos do perdão
são apenas fagulhas que respingam
por entre os poros abertos, cobertos
com o mais vermelho dos desprazeres

sua partida levou meus desatinos
houve um afeto rasgado na estrada
foi-se um pouco de mim
tu ficou, entre a luz e a solidão

perdoa-me
por não saber perdoar-te à vida

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