terça-feira, 16 de agosto de 2011

Meditação


Rezei
Assim meio sem rezar
Pra que as palavras viessem
Dessem forma às vontades
Desse peito inconformado


Pedi
Pedi meio sem pedir
Para os deuses dos poemas
Que mostrassem num minuto
Uma forma de beleza feia


Ah! Letras inconstantes
Que atormentam a minha calma
E me deixam feito um fantasma
Vagando pelos dedos que só dormem


Acabei sem um tanto de carinho
E meus ouvidos não mais queriam
Os sussurros da fraqueza insana
Buscavam os gritos da esperança


É um fardo sem tamanho
Ter um terço de inscontância
Nesse mundo de alternância
Entre vida e morte palpitando


Não são rimas que me cercam
São ensejos de alicerces
Que ainda pendem boquiabertos
No planeta dicionário


Ainda rezo em sentimentos
Ainda peço um desfecho
Talvez a força seja pouca
Mas minha poesia não desiste




PS: O texto acima pode ser lido também na Revista Click do mês de agosto. Obrigada pelo convite Edson Marcondes! 

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