sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Melhor

Hoje eu não queria escrever. Não estou bem. Mas prometi não deixar nada que fosse externo me fazer parar. Não posso desistir de escrever, porque isso é parte de mim. Porque é isso que eu faço de melhor. Já quis ser a melhor filha, mas não consegui. Já quis ser a melhor amiga, mas acho que também não deu certo. Tentei ser a melhor esposa, mas fracassei. Busquei ser a melhor em muitas coisas. Lutei. Mas nada. Não cheguei lá. Às vezes penso que não lutei o suficiente. Outras penso que ainda não acabou. Perco-me nesses devaneios e o tempo passa. Sinto-me como uma garota perdida em pensamentos. Vivendo sonhos e esquecendo da vida. Talvez seja isso que os poetas fazem. Mas peraí! Não sou poeta! Ou será que sou? Se isso importar de verdade, talvez um dia eu tenha a resposta. Mas agora não me interessa saber. As horas estão passando, a vida esvai-se e, eu, continuo aqui. Talvez eu ainda não saiba na verdade no que eu sou melhor. Mas pelo menos tenho aprendido muito sobre o que eu não sei fazer. Por muitas vezes chorei sobre o meu fracasso. Já me senti menor (tá, eu sei que sou pequena, baixinha, nanica, mas tô falando de outro tipo de proporção, não a corporal). Sinto-me ainda menor. Menos amada, menos feliz. Não quero ser injusta e nem tento sê-la, mas eu sou mesmo assim. Pois sei que sou amada. Talvez o maior dos erros humanos seja justamente não saber ver as alegrias, somente as tristezas. Mas sinceramente, acredito que as tristezas, elas é que nos fazem buscar mais. Sonhar mais. Lutar mais. Obviamente que não falo das tristezas agudas, aquelas que maltratam tanto nossos corações que nos fazem querer desistir até mesmo de viver. Há vários tipos de tristezas. Mas são elas que tornam as alegrias tão importantes. A alegria se torna a recompensa. É essa alegria que eu tenho quando percebo a minha vida em palavras que saem da minha alma. Por isso, mesmo que demore, eu sempre volto às palavras. Elas aliviam as minhas dores. Por fim, são um orgulho. Não as poderia deixar jamais, mesmo que quisesse, pois em pensamento elas se reúnem, e quando viajo, as frases se formam em minha mente transformando os meus sonhos em lindas poesias. Poesias que jamais serão escritas. Mas não importa, pois sentí-las me restabelece a calma. Se escrever me faz tão bem, por ora é sim o que faço de melhor, pelo menos pra mim. Logo, não posso abandonar o que eu faço de melhor por mim. Gosto de derramar minhas dores no teclado. Isso eu sei que me faz ser o que eu sou. Mesmo sendo eu um paradoxo ambulante. Se hoje sou um fracasso em várias coisas a que me propus a fazer, ainda assim me considero com sorte, pois haverá sempre um espaço em que as palavras me acalentarão a alma e me farão mais feliz, mesmo que só em pensamento.

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