As pessoas mentem. Essa é a máxima de House, aquele médico
do seriado de mesmo nome, americano, e que tem milhões de espectadores pelo mundo.
As pessoas mentem. Mentem tanto, e sempre, que por vezes acreditam nas próprias
mentiras.
Sempre adorei House. Atualmente eu o odeio, porque ele
parece só mais um babaca que pensa que pode sair por aí contando suas mentiras
e manipulando as pessoas. E confesso, quando ele faz isso com as pessoas que se
preocupam com ele, me incomoda. Mas, por outro lado, gosto demais de algumas de
suas “qualidades”, como a sinceridade... Não sou hipócrita a ponto de dizer que
eu não minto. Eu minto, mas só minto para quem não faz diferença na minha vida.
Posso afirmar, sem medo, que a sinceridade é uma das minhas qualidades. Eu sou
sincera porque sou absolutamente intensa. Eu já falei num texto anterior, mas
acredito que é importante dizer novamente: quando eu choro, deságuo; quando eu
rio, gargalho; quando sonho, detalho; quando eu amo, me entrego de corpo, alma,
coração... eu sinto tanto que me perco no amor... E tem algo mais lindo do que
se perder amando? É pura poesia. É ouvir pássaros até quando está caindo um
temporal, é sorrir mesmo com a cena mais trágica da novela passando na TV, é
viajar mesmo sem dar um único passo. Eu sou assim. Intensa.
E é aí que tudo desanda. Essa minha intensidade, tão
poética... só me ferra. Sério. Acredito demais nas pessoas, especialmente nos
homens. Detesto essa coisa de ser sonhadora. E justo eu, que desde sempre dizia
que não acreditava em contos de fadas. Detestava a Cinderela e seu príncipe
chato, e todas aquelas outras histórias de final feliz. Mas eu cresci. Cresci e
comecei a acreditar nessas baboseiras. Como pode?
Então, fico me perguntando, se eu errei em acreditar, ou se
quem errou, foi quem me contou a mentira do amor eterno, do felizes para
sempre, do jamais te esquecerei, do te amarei para sempre... Aí está, são
tantos clichês. Como acreditei nisso? Como nós, mulheres, conseguimos a façanha
de cair nesses papos furados?
Estou parecendo indignada. Realmente, estou indignada. E o
mais engraçado, que comecei indignada por mim, mas agora estou indignada pela minha
classe. Nós, mulheres, temos que aprender a colocar esse bando de homem que
conta lindas histórias pra correr das nossas vidas. Eles são problemas. Homens
de verdade - e Deus, ainda acredito que existam, por favor não me decepcione –
não contam histórias bonitas, eles apenas falam a verdade. Não mentem dizendo
que gostariam, mas a vida não deixa, ou que morreriam por nós quando na verdade
apenas querem uma noite no motel.
E, se eu fosse colocar aqui tudo que já ouvi, vi, vivi, ou
observei nos relacionamentos por aí, teria que escrever um livro, e não apenas
um post.
E você, que ainda está aí, lendo todo esse desabafo,
deve estar se perguntando se ainda acredito no amor...
Minha resposta é: por hoje, não. Afinal, nunca se sabe o como vai ser o amanhã.
Mas, para mim, o amor é mais do que mentiras. É mais do que
interesse. É mais do que aparências. É mais do que promessas jamais cumpridas.
E isso, sinceramente, eu nunca vi. Então, é impossível de
acreditar.
O que existe são apenas pessoas que enganam, e pessoas
que são enganadas.
Nossa! Acho que, finalmente, eu aprendi a lição!
Mas então, você engana ou é enganada (o)?
OS: House, quem diria que você, um desgraçado idiota, é quem
mais tem razão nessa história toda?