terça-feira, 31 de agosto de 2010

Porção de nós

Restos
         [de nada]
Pedaços de horas
Sobras
        [de tudo]
Partes de passos



Escrevemos cartazes
                 [de vontades]
Em paredes brancas
Fomos ferozes
Enviamos sonhos
                 [ao futuro]


Lívida escuridão
                [verde]
Acode alguns dias
Imensidão que salva
                [completa]
A vazia miragem



Ensejos remavam
                   [para]
Mergulhos em colos
Cheios de sol
                  [envoltas em]
Voltas do ritmo


Distância infausta
Aportou numa aura
                  [mergulhou]
Com trôpego fôlego
Asfixia a luz
                  [saudade]


Na ânsia do ar
Ainda há um ponto
Talvez seja o sol
Talvez seja o brio


PS: Há um pouco de vida na morte, um resquício que toca. Há um pouco de ressurreição na realidade...

Um comentário:

Bruno Fortkamp disse...

Como diria o poeta Mallarmé,"Não se faz um poema com idéias, mas com palavras,desta forma enxergo seus versos,que propõem uma nova forma de "mastigar" os sentimentos.Convide à todos para saborearem este banquete,do qual o sabor está muito além dos cinco sentidos!

Parabéns Ciça!!

Atenciosamente,
Bruno Fortkamp.