terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ausência

Ausente estou. Eu sei. Tenho andado por caminhos conhecidos, mas não tão agradáveis. Pensando na vida. Em mim. Nas coisas. Nas pessoas. Confesso que um pouco de desânimo tem tomado conta de mim. As ideias parecem estar um pouco distantes, as palavras fogem. Mas não vou desistir, pois por algumas vezes aqui mesmo neste espaço falei sobre o meu amor pelas palavras, pelas ideias, divagações, sensações, dores e amores descritos, escritos, infinitos. Os últimos dias tenho percebido que às vezes, quanto mais buscamos nos entender, mais difícil fica viver. Ao procurar respostas pra perguntas que consideramos importantes, esquecemos do nosso presente e o tempo passa. Sempre fui de pensar muito, buscar muito. Perdi tempo. Perdi momentos. Hoje, continuo assim. Talvez tenha nascido assim. Talvez tenha nascido pra ser só. Pra ser ausente não só da vida de outros, mas de mim mesma. Sei que parece estranho, mas por vezes é assim que me sinto. Como uma parte sem outra parte. Uma pessoa que vê um filme da própria vida, e não vive como deveria, não ama como deveria (ou ame demais e se perca). Confusa sim. Inerente de mim. Enquanto fico aqui buscando, pensando. Perco-me da vida. Das horas. Dos dias. Não quero esquecer do mundo real. Mas esqueço. Não quero passar pelos dias, quero viver os dias. Como mudar. Sei lá. Talvez eu saiba. Mas tenho medo. Medo do desconhecido, do inesperado. Quantas vezes tentei largar tudo, ou agarrar tudo. Fraca. Ausente de mim. Mas chegará o dia do juízo final de mim. Meu juízo. Meu momento. Meu limite. E a ausência, será do que um dia fui. E não mais serei.

Um comentário:

Lis disse...

Ciça,
Nem duvide que assim como você se sente outros tantos sentem, mas não desista mesmo guria!

Muitas vezes pensamos que não tem alternativa, mas no momento seguinte um novo caminho, inesperado se abre e o eixo retorna ao centro.

Claro que só pensar não é suficiente, precisa agir, mas pensar também é bom sim.

Te cuida.
Beijos