Hoje eu quis escrever um poema
Há dias quero escrever um poema
Mas a chuva tão tensa e vazia
Levava minha vontade tão cheia de sol
Eu quis revelar num poema
Toda força das noites insanas
E iluminar em versos impostos
As reais intenções do anormal
Mas a chuva, tão serena e contínua
Não queria meu tempo sorrindo
Rabiscava minhas palavras sem dó
E lágrimas solitárias se alinharam
Precisei de um poema intruso
Que me roubasse a apatia dos dias
E ele veio embutido no frio
De um quarto tão cheio de gritos
Pouca robustez ele tinha
E eu não lia como quem quer amar
Mas houve um zunido de luz
Levando o meu riso à lua escondida