quinta-feira, 10 de junho de 2010

Metade em retrato

A noite calou-se
O sono não veio
Ficaram memórias
Vieram desejos
Ouviram-se sirenes
Calaram-se ousadias
Sonetos incompletos
Agonizaram levianos
Rabiscos ultrapassaram
Muros de algodão
Cintilantes tormentos
Adoçaram o passado
Algozes remontes
Altos cabedais
Fontes ligadas
Tempo incompleto
Irritadiça vontade
Da tarde leve
Dos olhos medidos
Centímetros ilícitos
Regados prazeres
Largados em horas
Foram vividos
Esquecidos, jamais.
Mas a noite, calou-se.

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