E às vezes a gente precisa dar um tempo. Esquecer a rotina, sentir o coração, ouvir os pensamentos. Para poder entender o mundo que vive dentro de nós. As dores, as cores, os amores. Tem horas que o melhor mesmo, é procurar um lugar, escondido, distante, calmo. Deixar o tempo passar sem olhar no relógio, sem olhar para o céu procurando o dia ou a noite. Simplesmente deixar acontecer.
Quero deixar acontecer, nesses dias que seguem, o que tiver que acontecer. Sem questionar, sem criticar, sem pensar se poderia ser diferente. Quero não pensar no que os outros dizem ou pensam.
Quero me desligar das sandices diárias. Quero outro ar, outro lugar. Quero me ouvir. Há tantos gritos dentro de mim nunca jogados ao vento. Há tantos caminhos não percorridos. Por isso, preciso de um tempo, de calmaria e brisa.
Quero me alcançar enquanto sonho com um futuro. Enquanto caminho de pés descalços. Enquanto vejo as pessoas procurando o sol. Preciso dessa paz sem destino, para, enfim, fazer o meu destino. Preciso renovar as energias para agarrar a coragem e fazer acontecer o que pode me fazer feliz...
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
A gente (se) perde
E às vezes a gente
perde
Perde a vontade de
seguir
De recomeçar a cada
dia
Às vezes a gente perde
Pensando que está
ganhando
E às vezes a gente
ganha
Mas nem percebe
E tem gente que a gente
quer
Pra sempre ganhando
Perto da gente
Dias mais floridos
Sorrisos mais bonitos
Verdades mais gostosas
Caminhos mais sinceros
E tem gente que a genteNem sente que está perto
Tem gente que a gente
Sempre quis por perto
Têm os que nos mandam abraços
E beijos iluminados
E tem aqueles que vivem
Pra sempre dentro da gente
Que nos levam um pedaço
De sonhos realizados
Tem aqueles que vivem
Em nossos pensamentos
Quando a gente fecha os olhos
Em sonos tranquilos pela tarde
E tem gente que perde
A gente
Quando corre pra longe
Quando tranca as portas
Tem gente
Que perde
A gente
E a gente quer que ganhe
A gente
E tem gente que perde
O olhar no espelho
A vontade de estrelas
A calmaria da alma
Tem gente como a gente
Que não sabe onde foi
Que perdeu o destino
E traçou um novo
Tem gente que perde
O passado que vive
Tem gente que só
Precisa da gente
E às vezes a gente
Só precisa do outro
Daquelas tardes de domingo
De passeios sem rumo
De afazeres sem hora
Das horas cheias de risos
De horas silenciosas
Quando os carinhos gritam
E às vezes a gente precisa
De gente que goste de gente
Da gente
De outros como a gente
A gente não deve
Nunca
Se perder
Um do outro
Nunca devemos nos perder
De nós mesmos
A gente, precisa se deixar ser
Gente.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Menina na chuva
Eu ouço a
chuva cair
Fico calma
aqui
Segura no
meu quarto
As paredes
brancas
O som das
gotas
A luz acesa, a porta trancada
E aquelas lembranças entrando
Eu fui uma
menina decidida
Contava
histórias aos amigos
Era a melhor
da turma
Subia em árvores
Mas precisei
da chuva
Pra lembrar
das roupas molhadas
E dessas
outras coisas todas
Que fizeram
quem eu sou
Quanto tempo
faz que já não sou
A menina das
roupas molhadas?
Quanto tempo
faz que não corro
Na chuva num
final de tarde?
A saudade
aparece assim
Quando não
se espera mais nada
De um dia
chuvoso
A gente tem
mania
De deixar a
TV ligada
Não lembra
que o mundo
Acontece
todo lá fora
É quando a
chuva cai
E quando os
ventos são gelados
Que a gente
lembra
Mas só
quando ouve
Quando olha
pela vidraça embaçada
E faz
desenhos com os dedos
Sorri em
frente a corações de vapor
Sente a
criança de ontem
Quanto tempo
faz que não sou
A criança
que fazia corações?
Quanto tempo
faz que não sorrio
Numa tarde
de chuva fria?
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Poemas mentais
Eu
faço poemas mentais
E
me perco de suas rimas
Assim
que outra paisagem
Chega
em meu peito
Partido
Escrevo
poemas no chuveiro
Enquanto
inalo o vapor
E
a névoa apaga os sentidos
Enquanto
enxergo a penumbra
E
vejo o dia do começo
Depois
a noite do fim
Pontuo
com letras no teto
Os
defeitos da minha alma
As
dores que bateram na porta
Vestidas
de falso vermelho
E
tive ilusões de verdade
E
frases de mentira
Eu
uso um teclado imaginário
Para
contar aos meus sonhos
As
vontades que tenho
De
pessoas reais que enganaram
E
das sôfregas lágrimas que sequei
Quando
existiam olhos que choravam
De
olhos fechados vislumbro
Todas
as vitórias que não tive
E
quantos sorrisos coloridos já vivi
Entre
leis e desleais caminhos
Onde
nada era como pensei
E
tudo era só uma lição em preto e branco
Ontem eu fiz um poema
Na madrugada que acordou meu coração
Ele me contava histórias
Que lhe faziam o sangue ferver
Mas afirmava:
- Um dia hei de esquecer.
Em outro minuto escrevi
Sem caneta ou papel
Sobre a importância (ou falta dela)
O que vale mesmo nessa vida?
Sentir a leveza da justiça?
Ou ser feliz sobre a tristeza?
Pensei então sobre as palavras
Frases e orações que poderia usar
Para contar ao mundo
Como é fácil se perder
Nos pesadelos que nos tocam
Quando outra força nos atropela
Eu quis colocar numa tela
Os jogos de letras e os gritos
Que levavam de mim os naufrágios
De retratos vazios que ainda tenho
E que vibravam sobre a mesa escura
E assim viraram loucura
Eu
faço poemas mentais
Não
como este [vivo]
Para
pedir perdão
Aos que
se perderam
No
córtex cerebral
sexta-feira, 31 de maio de 2013
O giro e a não-morte
Eu quase morri
Vi tudo girar
Meus dias
Meu passado
Minhas vozes
Meus temores
Meus segredos
Tudo girou
Num segundo
Num minuto
Girou
E nem sei mais
Organizar a bagunça
Girou
Numa noite cinza
E eu quase morri
E a vida
Tão bonita
E cruel
Mostrou-me
Há quem acaricie
Há quem ignore
E a vida
Segue
Eu quase morri
Mas estou viva
Ainda
Mas algo morreu
Quando não houve
Um afago
Essencial
No coração
terça-feira, 7 de maio de 2013
Re (fazer) (criar)
Refazendo-me
Depois das noites insones
De versos sem rimas e cores cruas
Nuas estavam todas as flores
Insones repetições batiam-me
No peito tão receoso de sonhos
Refaço-me
Mesmo com o frio que insinua
Rasgar-me quando se fizer verdade
Entre traços de segredos rendidos
Lamentando-se pelos prazeres
Aflitos em seus calados sussurros
Recriando-me
Desde o amanhecer gritante
Com a fome de corações vazios
Delirando pelas ruas infinitas
Pelos apelos dos trejeitos
Daquelas mentiras enclausuradas
Recrio-me
Quando ouço a melanina
Que pálida me cega os medos
Sendo métrica de novos poemas
Da poeta que abriu a porta
Trancada para outro fim
domingo, 5 de maio de 2013
Aquele tempo
Houve um tempo
Em que o tempo
Nem passava
E nossos olhos
Paravam
Sobre a pele
Um do outro
Houve
Aquele tempo
Aqueles sussurros
O afeto sereno
Os sorrisos Houve um tempo
Em que o tempo
Nem passava
E nossos olhos
Paravam
Sobre a pele
Um do outro
Houve
Aquele tempo
Aqueles sussurros
O afeto sereno
Os sorrisos
Que falavam
Sobre o tempo
Futuro
E o presente
Tão cheio
De nossos planos
Houve
Um tempo
Que não passava
Que não queria
Passar
Para outro tempo
Esse de hoje
Tão diferente
E longo
Vazio
De um futuro
Juntos
De tempo
Precisamos
Para um fim
Melhor
Pra nós
Que falavam
Sobre o tempo
Futuro
E o presente
Tão cheio
De nossos planos
Houve
Um tempo
Que não passava
Que não queria
Passar
Para outro tempo
Esse de hoje
Tão diferente
E longo
Vazio
De um futuro
Juntos
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Conselhos
E tem essas dores
Que não se sabe
Como
Ou
Quando
Chegaram
Apertaram
Nosso coração
Dores, dor
Uma, duas, dez
Uma que vale por mil
Mil que deixamos passar
E temos que suportar
O passado incorrigível
Os gestos
Inesperados
Meus
Nossos
E os versos
Rasgados dentro do peito
Arrancados
Das lágrimas
Que não escorreram
E há esses dias
De paz
Da janela pra fora
Onde a porta
Fica trancada
Parece aberta
Para os recados do mundo
“Seja feliz”
“Viva intensamente”
“Siga em frente”
Mas ninguém sabe dizer
Como é ser feliz
Quando se tem algo
Que não se tem
Quando o rosto sorri
Um sorriso de atriz
Ninguém sabe explicar
Como é viver intensamente
Será se jogar de pechascos?
Saltar de paraquedas?
Saltar pra dentro de si?
Pra fora do tempo?
E seguir em frente
Parece simples
É só olhar a rua
E caminhar
Mas pra onde se pode ir
Quando ainda se vive o que já foi?
domingo, 28 de abril de 2013
Amor, sozinho, não basta
Amor não basta
amor por si só
único
indissolúvel
sozinho
no peito
não basta
Nem todo amor
tem paciência
nem coragem
para mudar
para melhorar
nem visão
nem exatidão
pra ser
apenas
amor
E há quem diga
que amor
de verdade
sempre basta
mas quem vive
discorda
ou pira
neutraliza [a mente]
verbaliza [aos gritos]
satiriza [o coração]
o amor
que não realiza [sozinho]
Amor não escolhe raça
nem personalidade
nem cor preferida
nem drama
comédia
terror
acordar cedo
ou tarde
pro almoço
ou pro sonho [que não é igual]
Amor é loucura
insano
mas precisa ser brando
reticente
independente
que toca de leve
e arrasta pra perto
sem causar feridas
deixando
o prazer
de ser amor
numa cama
ou na cozinha
deixando-se
ser
o que tiver que ser
Amor mesmo
Leva pro céu
Joga pro alto
Só pede por paz
E sol
E vozes tranquilas
Risadas
Sem ira
E atira
Pra frente
Pra que seja
Feliz
De longe
Porque amor
De verdade
É forte
E solta
Liberta
Pra vida.
Pois assim
A felicidade
Virá
Quando o sorriso
Vier
Do outro
De perto
Ou de longe
Em qualquer lugar
Em qualquer tempo
De qualquer jeito
E sempre
Será
Amor
Simplesmente
Amor.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
A vida e a saudade
Eu tenho saudade
Saudade de coisas
De gentes
De antes daquele dia
Saudade de quem não tem saudade
Saudade das risadas insanas
Dos sorrisos escondidos
Que escondiam
As dores do amor ido
Sinto saudade
Dos saltos altos
Das chegadas e partidas
Das roupas rasgadas
Da pele ressentida
Do desabafo pelas noites
Sinto saudade
De quem sabia chamar
Ouvir
Sorrir
E fazer poesia no escuro
Da preocupação real
Da vida real
Que era apenas um conto
E essa saudade
Que me tem
Tem meu pensamento
E aquele sentimento
Lá no fundo
Que desespera meu ego
Magoado
Pela falta
Pelo vazio
Pela lembrança
Das palavras que não tive
Pelo abraço que não veio
Quando a morte passou por mim
Mas a vida ficou
E ela continua
A violar meus desejos
A ignorar meus anseios
Pergunta-me
Indaga-me
Se tal saudade vale a pena
E continuo a gritar
Com ela
Pra ela
- Só sinto saudade do que eu amo!
Saudade de coisas
De gentes
De antes daquele dia
Saudade de quem não tem saudade
Saudade das risadas insanas
Dos sorrisos escondidos
Que escondiam
As dores do amor ido
Sinto saudade
Dos saltos altos
Das chegadas e partidas
Das roupas rasgadas
Da pele ressentida
Do desabafo pelas noites
Sinto saudade
De quem sabia chamar
Ouvir
Sorrir
E fazer poesia no escuro
Da preocupação real
Da vida real
Que era apenas um conto
E essa saudade
Que me tem
Tem meu pensamento
E aquele sentimento
Lá no fundo
Que desespera meu ego
Magoado
Pela falta
Pelo vazio
Pela lembrança
Das palavras que não tive
Pelo abraço que não veio
Quando a morte passou por mim
Mas a vida ficou
E ela continua
A violar meus desejos
A ignorar meus anseios
Pergunta-me
Indaga-me
Se tal saudade vale a pena
E continuo a gritar
Com ela
Pra ela
- Só sinto saudade do que eu amo!
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Primeiro de abril
Escuridão
Um grito
Ecos ecoaram
Na madrugada
Na minha mente
Pensei
Sem pensar
Devia parar
Desviar
Correr
Apenas seguir
Opções se jogaram
Sobre meus olhos
Cegaram
Virei
Voltei
E aí ele se revoltou
Saiu de mim
Sacudiu minhas mãos
Meu corpo
Desvencilhou-se
Das entranhas
Desgrudou-se
Das visões
Poucas
Que haviam
Gritos
Ainda gritavam
Vozes em silêncio
Noturno
Enfim
Parou
Menos o pavor
De quem viu
A morte passar
Dizer oi
E seguir
O carro silenciou
Os grilos falaram
E as luzes
Amarelas
Vermelhas
Todas
Chegaram
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Você deve tentar!
Chegou 2013. E o que se espera do novo ano? Muita coisa,
sempre esperamos muito. Mas, e o que fazemos para que tudo que esperamos
aconteça? Pois é, eu tenho falhas nesse ponto. Provavelmente todos têm. Na
verdade, o ser humano é tão imperfeito, que é difícil contentar a si mesmo,
mais difícil ainda, contentar aos outros.
Todos erram. Parei para pensar nos meus erros de 2012. Foram
muitos. E assumi-los a mim mesma foi a pior parte. Mas o mais importante, é que
no final das contas, estou muito feliz com os meus erros. Eles me fizeram
melhor. Aprendi muito em 2012. Foi realmente um ano de descobertas, de alegrias
e conquistas. Claro que eu também perdi, também sofri e chorei. Mas nenhuma
vitória seria realmente boa se não viesse depois de algumas batalhas perdidas.
Aprendi que é muito fácil apontar culpados. Mas olhar no
espelho e se avaliar, reavaliar e assumir nossas próprias culpas é muito
pesado. É difícil e muitos não conseguem. Deixar o orgulho de lado é quase uma
arte. É preciso praticar. Não para perder o orgulho, mas para saber usá-lo nas
horas certas e com as pessoas certas. São doses que podem te dar autoestima, ou
te transformar numa pessoa que outras pessoas não querem por perto. Tente ser
culpado. Tente despir-se do orgulho venenoso. Você deve tentar!
Aprendi que amigos nem sempre vêm e permanecem. Eles vêm,
deixam um pouco do seu sorriso, e acabam levando de nós um pedacinho do nosso
coração. E fica ali, aquele pedaço faltando, mas mesmo assim a gente sorri,
porque sabe que em algum lugar tem uma parte sua vivendo outra vida, conhecendo
outros amigos, sendo feliz (ou triste), vivendo... E viver é mesmo muito bom.
Você deve tentar!
Aprendi que a vida é tão bonita, mesmo nos piores momentos,
que vale cada segundo. Que não se pode desperdiçar tempo chorando por motivos
fúteis e por pessoas que não compreendem a grandeza de estar vivo. Essas
pessoas, na verdade, precisam das nossas mãos, do nosso apoio, do nosso sorriso
num dia triste. E ser assim, também é difícil. Mas quando a gente consegue, é
tão bom... Você deve tentar!
Aprendi que nem sempre vamos aceitar as pessoas como elas
são. Mas que precisamos respeitar suas decisões e entender que assim como nós,
há mais humanos por aí vivendo intensos conflitos internos. Lutando para serem
melhores ou apenas sendo pessoas que não pensam no dia de amanhã. E qualquer
que seja o sentimento que tenham dentro de si, não cabe a nós julgá-las.
Respeito precisa ser regado, com um pouco de compreensão e doses de paciência.
E a sensação de ter aceitado o outro, tal como ele é, faz tão bem... Você deve
tentar!
Aprendi que a maior luta diária acontece dentro de mim.
Quando enfrento meus medos. Quando atropelo meu orgulho. Quando respiro fundo e
peço desculpas. Quando olho nos olhos de alguém e digo “eu te amo”, mesmo quando
esse alguém te deu motivos para olhar pra outro lado. Aprendi que para estar
bem comigo, preciso manter a minha consciência em paz. E para ter a minha
consciência paz, preciso falar menos e ouvir mais. Julgar menos e sorrir mais.
Esconder-me menos e abraçar mais. Dizer o que sinto e nem sempre dizer o que
penso.
Aprendi muito em 2012, e por isso sou grata.
Obrigada 2012, por me ensinar tanto, por colocar na minha
vida pessoas que jamais esquecerei, por me dar coragem para enfrentar medos que
me afligiram por anos, por me dar ainda mais coragem para não desistir no meio
do caminho. Obrigada por me mostrar que sou capaz de errar, cair e levantar.
Obrigada por me fazer uma pessoa melhor, mesmo tendo chorado tantas vezes com
medo.
2013, por favor, não me decepcione!
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